Doação de sangue, “bota fora” e grande mobilização na avenida Paulista. É assim que os professores da rede estadual de ensino pretendem responder às agressões sofridas na última sexta-feira, durante assembleia realizada em frente ao estádio do Morumbi, em São Paulo, quando 16 pessoas ficaram feridas durante confronto com a Tropa de Choque da Polícia Militar. A categoria entra na quarta semana de greve.
Juntamente com outros setores do funcionalismo estadual, os professores pretendem fazer na quarta-feira, antes do início da nova assembleia, o “bota fora” de José Serra, no mesmo dia em que o governador paulista renunciará ao governo para disputar a Presidência da República.
O coordenador da representação do funcionalismo público estadual e vice-presidente estadual da CUT, Carlos Ramiro de Castro, que na sexta-feira foi atingido na testa por estilhaço de bomba, diz que o “bota fora” de Serra envolverá 42 entidades ligadas aos funcionários. Delegados de Polícia, funcionários da Saúde e outros, que estão em campanha salarial, devem engrossar a manifestação do magistério.
Ontem a presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, denunciou que a polícia infiltrou provocadores na assembleia de sexta-feira, para tumultuar o ato que era pacífico, e convocou a categoria a ampliar a mobilização.
“Serra tentou nos colocar de joelhos, mas vamos continuar, de cabeça erguida, exigindo o respeito que a categoria merece”.
A Apeoesp divulgou nota denunciando a “truculenta da polícia de José Serra” e avisando que “bombas, truculência, ameaças e afrontas” não intimidarão a categoria, que tem reivindicações e quer negociação.
Na terça-feira, véspera da nova manifestação, os professores realização da campanha de doação a hospitais e bancos de sangue de todo o estado sob o lema “Antes que Serra sugue o nosso sangue, vamos doá-lo a quem precisa”.
A nota do sindicato dos professores diz o seguinte:
“Autoritarismo e prepotência não vão nos calar. Negociação já!
Os lamentáveis acontecimentos nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, onde a truculenta polícia de José Serra deixou vários professores feridos, não vão calar a voz do magistério paulista em busca do atendimento de suas legítimas reivindicações salariais, profissionais e educacionais.
A proposta do governo, transmitida a uma comissão de 10 dirigentes da APEOESP e demais entidades do magistério pelos secretários adjuntos da Casa Civil e da Educação, de que devemos encerrar a greve para haver possibilidade de negociação é uma verdadeira afronta ao nosso movimento. O governo, agora apoiado na selvageria da tropa de choque, nunca se dispôs a negociar e mantém a postura arrogante, apesar da greve generalizada em todas as regiões do estado. Onde está o governador, lá está a polícia batendo nos professores.
Por isto a nossa greve vai se intensificar e nova assembleia será realizada no dia 31 de março, às 14 horas, no vão livre do MASP, na Avenida Paulista.
No próprio dia 31 de março, participaremos do “bota fora” de Serra, às 12 horas, na Praça do Patriarca, promovido pelas entidades do funcionalismo e outras entidades. Na véspera, os professores doarão sangue a hospitais e bancos de sangue em todo o estado, sob o lema “Antes que Serra sugue o nosso sangue, vamos doá-lo a quem precisa”.
Bombas, truculência, ameaças e afrontas não nos intimidarão. Temos reivindicações e queremos negociação. Não nos ajoelharemos e não nos curvaremos à vontade deste governo. A greve continua!”
Brasília Confidencial
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