Do Site do Deputado Estadual Hamilton Pereira (PT) - SP
Prefeitura paulistana paga R$ 0,76 por refeição para órfãos e abandonados
A política de racionalização de recursos na gestão Serra-Kassab faria inveja a Heinrich Himmler, bem como aos administradores diretos de Auschwitz: Rudolf Höss, Artur Leibehenschel e Richard Baer.
A ideia é sustentar a massa humana com migalhas. A ordem é gastar o mínimo com comida nos reformatórios e albergarias destinados aos excluídos.
A incompetência e a insensibilidade atingiram tal ponto em São Paulo que até os subprodutos da mídia monopolista são obrigados a noticiar os abusos e as indecências da dupla dinâmica.
Reportagem do "Agora", de 04/02/2010, assinada por Adriana Ferraz, mostra que Kassab reduz merenda de crianças carentes acolhidas por entidades sociais.
A cinco refeições do dia deverão ser adquiridas com mínimos R$ 3,80 na mais rica cidade da América Latina.Segundo o capataz Gilberto Kassab, essa é a quantia necessária para se garantir a sobrevivência de uma criança ou de um adolescente, órfão ou em situação de risco, nos abrigos do município.
O jornal informa que desde primeiro de Janeiro a prefeitura deixou de entregar a merenda nas unidades e anunciou que cada uma terá de se virar com os míseros R$ 2.289 mensais. Cada uma atende, em média, a 20 menores.
Até dezembro de 2009, as entidades recebiam da Prefeitura um lote mensal de alimentos, que incluía arroz, feijão, carne, frutas e verduras.
O abrigo Madre Mazzarelo, por exemplo, gastou em Janeiro R$ 5.900 em itens de alimentação, valor muito maior que o oferecido pelo alcaide.
Kassab: "crianças comem demais"
As creches também sofrem com a insensibilidade do gerente de Serra em São Paulo.
O dublê de SS no poder já tentou até mesmo cortar a quantidade de alimento oferecida em creches municipais.
Em Setembro de 2009, a Secretaria Municipal de Educação pediu aos pais de alunos que decidissem qual refeição sairia do cardápio: o café da manhã ou o jantar.
Na época, a prefeitura justificou a medida com outro disparate, a redução da carga horária de 12 para 10 horas.
Na época, os jornais, como o Agora, tiveram de noticiar a insensibilidade do prefeito. Para ele, as crianças simplesmente comiam demais...
A repercussão foi péssima e Kassab teve de voltar atrás.
Enquanto isso, não falta dinheiro para os caprichos tucanos, como a Calçada da Fama (lama), em Santa Cecília, cujas estrelas inaugurais foram destinadas a homenagear Geraldo Alckmin e o próprio José Serra.
Vale lembrar que Kassab corta radicalmente os valores destinados ao setor social justamente num momento de alta na arrecadação municipal.
A receita cresceu 3,5% em 2009.
Sugestão: que o Ministério Público faça Kassab e Serra sobreviverem com R$ 3,80 por dia. Caso suportem a provação, que se mantenha o valor. A Auschwitz paulistana aguarda o teste.
Mauro Carrara, no blog do grupo Beatrice
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