domingo, 28 de fevereiro de 2010

E agora José?


Análise do professor Wagner Iglecias sobre a pesquisa Datafolha que mostrou Dilma Rousseff a apenas 4 pontos de José Serra na corrida pela sucessão do presidente Lula.


A frase que dá titulo a este artigo não é exatamente inédita, não é rima nem é solução, mas cai como uma luva sob o momento do candidato tucano José Serra, provável postulante da oposição à sucessão do presidente Lula. E cabe-lhe especialmente após a divulgação, neste sábado, da nova pesquisa Datafolha, que mostra Dilma Rousseff tirando-lhe preciosos pontos de intenção de votos e surgindo-lhe no seu encalço, ao passo que os demais candidatos permanecem estacionados bem mais atrás.

Caso estivessemos numa corrida de Fórmula 1 daria pra dizer que estamos numa daquelas provas em que alguém dispara na frente, lidera por várias voltas e, quando percebe, vê um concorrente crescendo em seu retrovisor até chegar a uma distância que, como dizem os especialistas, é meramente visual, na qual os milésimos de segundo já não fazem tanta diferença. É mais ou menos esta a situação do governador Serra hoje. Lançando-se candidato à presidência da República, joga a última grande cartada de sua carreira política e se vencer alcança um sonho que muitos lhe atribuem desde a juventude e reconduz o consórcio PSDB-DEM ao Palácio do Planalto, provavelmente (re)introduzindo uma série de prioridades que o Brasil teve na década de 1990 mas que foram deixadas em segundo plano na Era Lula. Mas se Serra for ultrapassado por Dilma e vê-la cruzar na frente a linha de chegada em outubro, praticamente encerra suas perspectivas políticas futuras e vê seu correligionário Geraldo Alckmin, que é PSDB mas é de uma outra turma, com grandes chances de voltar a governar o estado de São Paulo.

Aécio, por sua vez, parece ao grande público como que recolhido em copas, mas quem sabe pode ser o regra três para este momento dificil do tucanato. No entanto, se Serra desistir do vôo presidencial e a oposição lançar o governador mineiro talvez já seja muito tarde para a composição dos palanques estaduais. Tarde logo para Aécio, que muita gente diz ter mais condições que Serra para costurar alianças regionais e ampliar tanto à esquerda quanto à direita o arco de forças políticas que poderiam apoiar uma candidatura oposicionista.

Some-se ao complicado momento tucano a trajetória "ladeira abaixo" do DEM, tradicional parceiro do PSDB em tantas eleições e governos, assim como a liderança que os candidatos a governador que apóiam ou são apoiados pelo Planalto estão mantendo nas pesquisas de intenção de voto em estados importantes como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Sul etc. e perceba-se como está sendo dificil este primeiro trimestre para Serra e para a oposição em geral. Além de tudo o calendário político e eleitoral corre, e urge que se tomem decisões, acertadas e rápidas. Diante de tantas dificuldades, de certeza mesmo apenas a relevância da velha pergunta: e agora, José?

Wagner Iglecias é doutor em Sociologia e professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.
 
Do Blog Contexto Livre

2 comentários:

  1. Nuestra Opinión :

    Presidente Lula da Silva es un mentiroso y un demagoho payaso.
    Los brasileños debería estar avergonzado del presidente que tiene!
    La diferencia de Lula a sus amigos, es que los dictadores de Irán, Venezuela y Cuba tienen el coraje de mostrar el verdadero rostro.
    Presidente Lula da Silva y sus amigos de Irán, Venezuela y Cuba la vergüenza del mundo, con sus actitudes demagógicas y cobardes.
    La verdad es muy simple:
    El Presidente demagogo Lula da Silva se entromete en los asuntos de EE.UU. y Europa.
    Critica a EE.UU. Europa, Colombia y Honduras, pero no tiene el pecho y la valentía para criticar a sus amigos dictadores.
    Lula da Silva, un demagogo, cobarde!
    Para nosotros El Presidente de Brasil es un gran mentiroso.
    Mintió cuando dijo que no había recibido una carta sobre el sufrimiento de Orlando Zapata.
    Lula da Silva, un demagogo que avergüenza al mundo, y El pueblo brasileño
    um saludo
    Esteban Crustille
    Córdoba/Argentina

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  2. Caro Esteban,

    Nos jogos de futebol, além dos jogadores, é registrada em toda partida a presença fanática ou não da torcida.

    A torcida tem somente um papel, gritar. Seja para criticar ou elogiar o time e os jogadores.

    Tanto para os elogios, quanto para as criticas, a torcida, por obrigação, tem que estar bem informada sobre a posição e o momento que o time vive, uma vez que se o time vai bem, a torcida não pode vaiar e vice-versa, quando o time esta mal, não tem sentido o elogio.

    Seria mais pertinente nessa sua opinião, você fazer uma avaliação sobre a esquerda, seja brasileira ou latino-americana e evidenciar sem medo sua visão direitista e não criticas o presidente, que você não conhece e não acompanha as transformações que ele fez, ou deixou de fazer. Você nitidamente, retrata sua opinião, de uma forma conservadora, neoliberal e extramente reacionária quando fala das lideranças progressistas.

    Se você fosse brasileiro e vivesse em nosso país, como 80% da população brasileira, você teria com certeza, outra opinião sobre o presidente Lula. Isso só não aconteceria, se você fosse da torcida adversária, que quando o time de oposição está bem, se nega até a morte a aceitar os avanços e conquistas do time adversário.

    Mas eu entendo o seu posicionamento limitado e sinto lhe informar, mas o grito da torcida de apoio ao presidente do time que está modificando a cara do pais é muito maior do que a torcida desqualificada de extremo conservadorismo que grita contra e não tem eco.

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