A nossa sociedade é oriunda em sua essência, de marcas cruéis contra a espécie humana registradas desde sua colonização pelos portugueses. A história nos traz informações e situações de exploração contra um povo chamado de sem alma, mas que habitavam em terras ricas e de belezas jamais vistas pelos europeus. Com a catequização dos índios, a oligarquia do cristianismo, escravizou aquele povo para servirem de homens “maquinas” aos senhores feudais que sugavam e extraiam de maneira injusta, todo ouro e pedras preciosas encontradas em solo brasileiro. Depois de certo tempo, a mão de obra indígena, não dará mais conta de ostentar os desejos e as explorações direcionadas por nossos descobridores. A imigração de negros, trazidos pelos portugueses em navios negreiros, em sua grande maioria da África, veio somar para que nosso país fosse concretamente violentado. A lei do ventre livre e logo depois a abolição da escravatura em 1888, registra uma época de inicio ao fim da escravidão de um povo que nunca foi visto como ser humano. A história registrada nos livros do ensino fundamental e alguns do ensino médio, não revelam as reais condições com que essas pessoas que a vida inteira se dedicaram à construção do nosso país foram “libertadas”. Em 1988 a libertação estava em um papel, porém, não na consciência da sociedade da época. Sem acesso as condições básicas de emprego, de saúde e moradia, os nossos irmãos foram submetidos a construir uma forma de sobrevivência, longe daquela sociedade racista que ainda negava qualquer condição de ser humano para os guerreiros de nossas senzalas. Construindo uma ponte de 1988, para nossa sociedade dita civilizada e moderna, mais precisamente século XXI, façamos uma analise sobre os avanços, no que tange o respeito ao ser humano. Segundo estudos publicados no dia 15/10/2008 pelo Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, portanto 120 anos após a abolição no Brasil, os brancos ganham 93,3% a mais que o homem negro. No caso das mulheres negras, em comparação com as mulheres brancas, as negras ganham 91,9% a menos que as mulheres brancas. Diante de um sistema neoliberal massacrador e a ditadura do ter em detrimento do ser, a sociedade é condenada e se torna refém, dos empresários que ainda concentram a riqueza da nossa nação. Em um país onde a garantia das necessidades básicas não é respaldada pelo Estado, o ser humano encontra-se obrigado a escravizar-se a elite brasileira, como no passado, para manter a sua seguridade social e as necessidades básicas de sua família.Somos historicamente escravizados por uma elite, onde o ser humano é visto como uma ferramenta para fazer a manutenção da riqueza de poucos e da pobreza de muitos. O racismo a nossa negritude, não é por biologicamente os negros serem diferentes dos brancos. O racismo camuflado, nos tempos atuais, é julgado pelo estereotipo da pessoa humana. Ser negro é uma questão de honra para qualquer cidadão brasileiro. Ser negro significa contrapor-se ao sistema neoliberal e a toda injustiça cometida contra a espécie humana. Ser negro representa ser a favor da garantia de direito a todos os cidadãos. Mesmo sendo rotulado “branco” tenho a mais plena certeza, que sou negro.
Lucio Costa - Psicólogo
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