terça-feira, 25 de maio de 2010

Le Monde defende candidatura de Lula para Secretário Geral da ONU

Brasil de Lula em todas as frentes


Lula aqui, Brasil pra cá! O mundo se maravilha com as declarações do presidente brasileiro e com os feitos - não somente no campo do futebol - de seus cidadãos.

Ouvimos Luiz Inácio Lula da Silva repreender a Alemanha por sua relutância em salvar a Grécia, e oferecer sua mediação no conflito israelo-palestiniano.

Vimos-no tentando resolver a questão nuclear iraniana, associado aos turcos, e apoiar os argentinos em seu conflito contra os britânicos sobre as ilhas Malvinas e o petróleo lá existente.

Mas "o homem mais popular do mundo", segundo Barack Obama, não se apóia apenas em seu carisma para falar alto e forte. Ele encarna um Brasil em plena forma que, depois de uma leve turbulência provocada pela crise, rivaliza com China e Índia em termos de crescimento.

Petrobras, o grupo de petróleo que se tornou a empresa mais lucrativa da América Latina, a Vale, líder mundial em ferro, a Embraer, fabricante de aviões que pode superar a Boeing e a Airbus antes que se espera, são apenas os botões florais de uma economia industrial de primeira ordem.

Do lado agrícola, o crescimento é igualmente impressionante, valendo ao Brasil o título de "celeiro do mundo". Soja, açúcar, etanol, café, frutas, algodão, galinhas, etc, tornam-no um competidor terrível para os agricultores europeus.

Foi somente em 2008, contudo, que o Brasil tomou consciência de suas capacidades económicas. Até então, ele negociava junto à Organização Mundial do Comércio, mas de uma forma um pouco tímida. A crise originada nos Estados Unidos e o colapso da produção industrial dos chamados países avançados, persuadiram-no que chegara a hora de partir para a ofensiva.

Agora é o Brasil, brilhantemente representado por seu ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, quem lidera os esforços para uma solução definitiva das negociações da Rodada de Doha. Em comparação, os Estados Unidos parecem mergulhados num protecionismo acanhado de uma outra era.

Menos temido que China e Índia, com seus bilhões de habitantes, melhor avaliado que a Rússia, dependente de matérias-primas, o Brasil é o verdadeiro porta-voz das economias emergentes que puxam o crescimento mundial. Com o eixo econômico do mundo se deslocando em direção ao sul, ele pôde afirmar com razão que aqueles que superam os países do Norte em vitalidade sejam melhor representados nas instâncias internacionais, a começar pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional. Sem esquecer o Conselho de Segurança da ONU, no seio do qual o Brasil aspira deter uma cadeira de membro permanente.

Parece que "o século XXI será o século dos países que não tiveram chance antes" e porque ele considera que chegou apenas "à metade de sua carreira política", Lula (65 anos) poderá apresentar sua candidatura à secretário geral da ONU em 2012. Ele deverá assim militar pelo aprimoramento do G20, cuja influência ele julga "ainda muito fraca".

Ainda ouviremos falar muito deste ex-metalúrgico, amigo das favelas e dos investidores. Ainda ouviremos falar muito deste Brasil, que apenas inicia um período de grande crescimento econômico e político.
 
Fonte: Juina Vermelha

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