segunda-feira, 31 de maio de 2010

Aliança propõe combate à pobreza e nova educação pela paz




JANAÍNA MICHALSKI

Aproximadamente 7.000 integrantes de mais de cem delegações encerraram neste fim de semana o Fórum da Aliança das Civilizações da ONU, no Rio de Janeiro, apontando como caminhos para a paz mundial o fortalecimento do combate à pobreza e de um modelo humanitário de educação.

Para a embaixadora Vera Machado, subsecretária de assuntos políticos do Itamaraty, o combate à pobreza deve estar no centro do trabalho pela paz mundial. Ela acentuou a importância de que a comunidade internacional apóie continuamente projetos de impacto sistêmico em regiões historicamente menos favorecidas, como o Haiti, e observou que a pobreza alimenta o extremismo.

“A insegurança econômica pode conduzir facilmente ao racismo, à xenofobia e ao fanatismo. O desemprego, a desigualdade e a fome alimentam o extremismo”.

Os participantes nacionais e internacionais do fórum concordaram que o fim da guerra entre os países começa pelo reconhecimento das diferenças, aprendido na escola. O conflito entre culturas, como os estresses causados pela imigração na Europa, teriam sua solução na educação. Por esse entendimento, os integrantes da Aliança de Civilizações propõem esforços para a conscientização de professores e a confecção de material didático que encoraje a aproximação entre nações.

Segundo Irina Bokova, diretora-geral da Unesco, “temos que educar as crianças para serem cidadãos interculturais do planeta e assim compreenderem melhor uns dos outros”. Irina Bokova disse que a principal preocupação da organização é integrar um sistema de educação humanitária que não apenas atinja as minorias em áreas remotas, mas que atenda às especificidades dessas minorias. Um exemplo seria a reeducação do olhar sobre as mulheres, que sofrem variados tipos de opressão em todo o mundo.

“Esse terceiro fórum reforçou a dimensão global da aliança, não esquecendo os problemas que causaram a sua criação, mas alargando o entendimento sobre questões pontuais”, concluiu Jorge Sampaio, ex-presidente de Portugal e alto representante para a Aliança de Civilizações. Para ele, os povos têm que se entender, mas isso não basta.

“É preciso haver soluções políticas, evolução econômica, fim da crise financeira e ações sérias para a diminuição da fome”.

Fonte: Brasilia Confidencial

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