sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Custo de vida subiu menos para os mais pobres em 2009



O custo de vida para os brasileiros mais pobres, que ganham entre um e 2,5 salários mínimos, subiu menos em 2009 do que em 2008, informa estudo divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas. De acordo com a FGV, a taxa de inflação acumulada no ano passado ficou em 3,68% para aquele segmento da população - bem inferior à de 7,37% apurada no ano anterior. Para o conjunto da população a taxa de inflação somou 3,95% - também inferior à de 2008, que alcançou 6,07%.

Entre novembro e dezembro, segundo o estudo, os brasileiros foram favorecidos pela queda de preços dos alimentos, sobretudo das hortaliças, legumes e frutas. Mas aumentaram os preços de itens como Habitação, Vestuário, Saúde e Cuidados Pessoais, Educação, Leitura e Recreação e Despesas Diversas.

A FGV informou ainda que a Habitação foi o grupo que mais encareceu em 2009 - 5,59%. Subiram especialmente as despesas com aluguel residencial (6,69%) e com gás de botijão (11,57%), itens de grande peso no orçamento das famílias de baixa renda.

PROFUNDA MUDANÇA
Outro estudo da FGV, divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo, prevê que a manutenção de algumas políticas públicas adotadas pelo Governo Lula determinará, nos próximos cinco anos, redução de 50% no número de miseráveis e aumento, também de 50%, da parcela da população integrante das classes A e B. A projeção é de Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais da FGV. Ele estima que os brasileiros pobres, que formavam 35% da população em 1993, formarão 8% no início de 2015.

Néri observa que, entre 2003 e 2008, 32 milhões de brasileiros ascenderam às classes A, B e C, e 19,3 milhões saíram da pobreza, provocando uma redução de 43% na proporção de pobres. O consumo popular cresceu e fortaleceu o mercado interno. Simultaneamente, ele supõe que a queda da desigualdade verificada de 2001 a 2008 prossiga até 2015.

As projeções apontam uma profunda mudança no perfil social do Brasil, que caminharia para se tornar um país de classe média. Se à classe E for acrescentada a classe D, que também está próxima à pobreza, chega-se a uma proporção da população de 40% em 2008, que deve cair para 28% no início de 2015. Já a classe C, correspondente à classe média popular, cresce de 49% para 56,5%, tornando-a a maioria absoluta do população. As classes A e B, finalmente, sobem de 10,5% para 15,7%. Assim, a classe média, que hoje corresponde a mais de 60% da população nacional, incluindo-se a classe C, passará a somar 72%.

Brasília Confidencial

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