No primeiro mês como governador de São Paulo, José Serra (PSDB) nomeou uma filha do ex-diretor de engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, para cargo de confiança no Palácio dos Bandeirantes.
A jornalista Tatiana Arana Souza Cremonini foi contratada como assistente técnica de gabinete em decreto assinado por Serra em 29 de janeiro de 2007. Ela atua no cerimonial, com salário de R$ 4.595, com gratificações.
Souza foi levado ao epicentro da campanha eleitoral pela candidata Dilma Rousseff (PT) no debate da Band no último domingo. A petista, baseada em reportagem publicada pela revista "IstoÉ", disse que ele teria desviado R$ 4 milhões supostamente destinados ao caixa 2 da campanha tucana.
No debate, o tucano não respondeu à petista. No dia seguinte, em visita a Goiânia (GO), disse que desconhecia o acusado e que o episódio era um "factoide".
Na terça-feira, depois de a
Folha publicar entrevista em que Vieira de Souza cobrava solidariedade dos tucanos, Serra saiu em defesa do ex-dirigente da empresa responsável por obras viárias como o Rodoanel e afirmou que a acusação era injusta.
Souza dirigiu o setor de engenharia da Dersa de 2007 até abril deste ano, quando foi exonerado durante a transição de Serra para Alberto Goldman.
OUTRO LADO
Em nota, a Secretaria de Comunicação do governo informou que Tatiana foi contratada por sua formação profissional e pela fluência em inglês e espanhol.
Serra, por meio de sua assessoria, afirmou que todos os processos para nomeação de servidores de confiança "são instruídos pelas secretarias responsáveis pela indicação, chegando às mãos do governador após processo de avaliação criterioso, como ocorreu nesse caso".
A assessoria do candidato sustenta que "o governo de SP possui mais de 6.000 cargos de livre provimento" e, por lei, as nomeações são assinadas pelo governador.
Questionado, o tucano não respondeu se conhecia o parentesco de Tatiana com o ex-diretor da Dersa na ocasião de sua nomeação.
O advogado José Luís Oliveira Lima, que defende Souza, disse que seu cliente comentaria a contratação da filha, mas não ligou de volta até a conclusão desta edição.
Nesta semana, o PT-SP questionou no Ministério Público a atuação de outra filha de Souza, Priscila Arana, como advogada de empreiteiras contratadas pela Dersa.
Em dezembro de 2009, a
Folha revelou que ela defendia construtoras que executaram obras do Rodoanel.
Em 2007, Priscila e sua mãe, Ruth, emprestaram R$ 300 mil ao senador eleito Aloysio Nunes Ferreira, para a compra de um apartamento. O tucano disse que quitou o empréstimo neste ano.
Fonte: UOL
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