A implantação de 227 praças de pedágio só no estado de São Paulo deixou cidades como Bauru, Campinas e a própria capital paulista "ilhadas" por praças de cobrança. Todos os veículos, incluinco caminhões, ônibus, automóveis de passeio e motocicletas pagam ao passar por esses pontos.
Campinas, a 92 quilômetros de São Paulo, é o principal exemplo no estado. A cidade tem sete pedágios ao redor. Para ir à vizinha Indaiatuba, um morador de Campinas paga R$ 8,80 de pedágio. Para Capivari, o custo é de R$ 4. Até Americana, gasta-se R$ 5,40. O trajeto até Cosmópolis fica em R$ 5,20. No caso de Itatiba, o gasto é de R$ 5,60.
O trajeto mais caro é o de Campinas a Jaguariúna, em que um carro de passeio gasta R$ 7,90 para percorrer aproximadamente 31 quilômetros. Para ir a São Paulo, um campineiro deixa nas praças de pedágios R$ 12,20 em 92 quilômetros.
Bauru cercada por pedágios
A população de Bauru no Oeste paulista enfrenta problema semelhante. O acesso a várias cidades vizinhas envolve passar pelos postos de cobrança. Uma visita ao distrito de Brasília Paulista, parte de Piratininga, a 22 quilômetros, custa R$ 3. Ir a Pirajuí, sai por R$ 6,80 por 51 quilômetros. Cerca de 33 quilômetros depois, o motorista paga mais R$ 3,20.
Uma comerciante de Bauru que fizer compras de calçados em Jaú, a 57 km, deixa R$ 7,30 no pedágio na ida e o mesmo valor na volta.
Já quem for ao médico no Hospital da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu paga três vezes, num total de R$ 10,60. O primeiro deles fica a menos de 50 quilômetros de Bauru, na cidade de Agudos, o segundo em Areiópolis e o terceiro em Botucatu. Ida e volta fica em R$ 21,20.
Só estão livres de pedágio os motoristas que se deslocam pela rodovia Cezario José de Castilho (SP-321) para Iacanga ou na rodovia comandante João Ribeiro de Barros (SP-294) para Duartina ou Marília.
Mapa da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) mostra que quatro rodovias estaduais e três federais partem de São Paulo, além das praças no trecho Oeste do Rodoanel.
Acir Mezzadri, coordenador do "Fórum Nacional Contra o Pedágio", ironiza a situação de São Paulo: "Logo teremos pedágios no caminho da roça, é uma aberração".
Segundo o professor de Economia da Universidade Federal Fluminense (RJ) Carlos Enrique Guanziroli, os pedágios aumentam os custos de alimentos e materiais de construção e podem levar empresas à falência. "Quando você coloca pedágio, as pessoas procuram outro shopping, outro restaurante onde não haja essa cobrança. Algumas empresas poderiam entrar em falência", diz o especialista.
Para Francisco Pelucio, do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo e região (Setcesp), no final das contas o ônus do pedágio recai sobre o consumidor final. "O frete mais o pedágio encarecem o produto, e o custo é embutido no preço de venda. Quem realmente paga é o consumidor", afirma.
Fonte: Sindicato dos Psicólogos do Esatdo de Saõ Paulo
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