Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A política de saúde mental no Brasil precisa ser integrada à política habitacional, como forma de humanizar o tratamento dos seus usuários. Essa é uma das conclusões do Encontro de Residenciais Terapêuticos encarrado hoje (18) em Porto Alegre (RS).
Do encontro, que reuniu cerca de 500 profissionais, técnicos, cuidadores sociais e pacientes, será elaborado um documento a ser encaminhado à organização da Conferência Nacional de Saúde Mental, marcada para junho.
Os residenciais terapêuticos são profissionais que atuam em casas inseridas nas comunidades para acolher pessoas com problemas mentais. Adotadas a partir do ano 2000, são uma alternativa aos antigos manicômios no tratamento de pessoas com doenças mentais.
Segundo a psicóloga, Simone Frichembruder, uma das organizadoras do evento, os pacientes têm reivindicado maior independência no tratamento. “Essa foi um a questão importante, porque os usuários dizem que há muita interferência no tratamento. Eles querem uma vida mas autônoma”, afirmou à Agência Brasil.
Para ela, os usuários querem viver em suas próprias casas e em ambientes que não lembrem hospitais. “Algumas pessoas [em tratamento] já moram sozinhas, trabalham e recebem a visita mensal do responsável por ela. Vivem uma vida independente”.
Outra proposta sugerida no encontro, foi a necessidade de se implementar a supervisão no trabalho de residências terapêuticas. Hoje, disse Simone, o Ministério da Saúde faz supervisão apenas nos Centros de Atenção de Saúde.
Os residenciais terapêuticos ainda identificaram que a Região Norte do país demanda de uma política de saúde mental diferenciada das demais regiões. De acordo com Simone, a Região Norte tem características específicas que precisam ser observadas no tratamento dos doentes mentais. Ela acrescentou que há um déficit de ambientes de tratamento e de profissionais.
Edição: Tereza Barbosa
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