Uma empresa acusada pela Corregedoria-Geral da União de superfaturar preços de medicamentos e fraudar licitações durante os governos de Joaquim Roriz e de José Roberto Arruda, no Distrito Federal, recebeu do Governo José Serra (PSDB), a partir de 2008, pelo menos R$ 63 milhões em 51 contratos com a Secretaria Estadual da Saúde. Só no primeiro trimestre deste ano, o governo paulista empenhou R$ 5,5 milhões em favor da empresa, segundo reportagem publicada no site do Jornal da Tarde.
A beneficiária dos governos de Roriz, Arruda, Serra e Alberto Goldmann é a Hospfar Indústria e Comércio de Produtos Hospitalares, que tem sede em Goiânia e já responde a processos em Goiás e no Mato Grosso – sempre sob as mesmas acusações. De acordo com o repórter Plínio Teodoro, do Jornal da Tarde, um dos sócios da Hospfar é Marcelo Reis Perillo, “primo do 1º vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO). Outro sócio, Moisés de Oliveira Neto, também integra o quadro societário da Linknet, apontada pela Polícia Federal” entre as financiadoras do mensalão do DEM.
A reportagem informa que, dos 51 contratos do Governo Serra com a Hospfar, pelo menos 20 foram feitos em obediência a decisões judiciais para o que Estado fornecesse determinados medicamentos aos cidadãos. Três contratos foram celebrados com dispensa de licitação – “em consonância com a lei”, segundo a Secretaria estadual da Saúde.
No Distrito Federal, o Governo Arruda (DEM) pagou mais de R$ 190 milhões à Hospfar. Era a fornecedora preferida de medicamentos comprados em regime de urgência e por preços superiores ao preço máximo de todas as tabelas oficiais do governo federal, de acordo com auditoria da Controladoria-Geral da União.
De acordo com a CGU, lembra o Jornal da Tarde, a Hospfar, a Medcomerce e a Milênio montaram um cartel para fraudar licitações. Juntas, e tendo parentes como sócios, receberam R$ 294 milhões dos R$ 500 milhões que a União repassou ao governo do Distrito Federal para comprar medicamentos durante a gestão Arruda.
Fonte: Brasilia Confidencial
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